quarta-feira, 30 de novembro de 2016

SÚMULAS VINCULANTES QUE MAIS TÊM INCIDÊNCIA EM PROVAS

SÚMULAS VINCULANTES QUE DEVEM SER LIDAS ANTES DA SUA PROVA DE ESCREVENTE, ANALISTA DO TRE, ETC

SÚMULA VINCULANTE 5     
A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.

SÚMULA VINCULANTE 10
Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, artigo 97) a decisão de órgão fracionário de Tribunal que embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do poder público, afasta sua incidência, no todo ou em parte.

SÚMULA VINCULANTE 11     
Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.

SÚMULA VINCULANTE 13
A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a Constituição Federal.

SÚMULA VINCULANTE 14     
É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

SÚMULA VINCULANTE 18     
A dissolução da sociedade ou do vínculo conjugal, no curso do mandato, não afasta a inelegibilidade prevista no § 7º do artigo 14 da Constituição Federal.

SÚMULA VINCULANTE 21     
É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo.

SÚMULA VINCULANTE 25     
É ilícita a prisão civil de depositário infiel, qualquer que seja a modalidade do depósito.

SÚMULA VINCULANTE 38     
É competente o Município para fixar o horário de funcionamento de estabelecimento comercial.

SÚMULA VINCULANTE 40     
A contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

SÚMULA VINCULANTE 44     
Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público.

SÚMULA VINCULANTE 46     
A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da União.


CASA - ASILO INVIOLÁVEL (SEMPRE CAI, BATATA)

Pessoal, fiz esse post porque o inciso XI da CF/88 sempre cai nas provas de escrevente e técnico administrativo. E vem caindo a jurisprudência do STF acerca do alcance do conceito de casa. Vamos lá!

XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 

Esquematizando:

Regra: ninguém pode entrar sem consentimento do morador.

Exceções:

a) EM QUALQUER HORÁRIO (mesmo sem o consentimento)

  • flagrante delito
  • desastre
  • prestar socorro
b) SOMENTE E EXCLUSIVAMENTE DURANTE O DIA (mesmo sem o consentimento)
  • Determinação judicial (mandado)
QUAL É O ENTENDIMENTO DO STF ACERCA DESSA MATÉRIA?

O STF consolidou o entendimento de que o conceito de casa é abrangente, ou seja, se estende a: 
  • compartimento habitado
  • aposento ocupado de habitação coletiva
  • qualquer compartimento privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade pessoal.
Em síntese, o conceito de casa é mais amplo do que a simples residência, alcançando também escritórios, consultórios médicos, trailers, quarto de hotel, etc.

Veja na prática (Questão da OAB):

(FGV/OAB – V Exame – 2011.3) A Constituição assegura, entre os direitos e garantias individuais, a inviolabilidade do domicílio, afirmando que “a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem o consentimento do morador” (art. 5º, XI, CRFB). A esse respeito, assinale a alternativa correta.

(A) O conceito de “casa” é abrangente e inclui quarto de hotel.
(B) O conceito de casa é abrangente, mas não inclui escritório de advocacia.
(C) A prisão em flagrante durante o dia é um limite a essa garantia, mas apenas quando houver mandado judicial.
(D) A prisão em quarto de hotel obedecendo a mandado judicial pode se dar no período noturno.

Comentários

Alternativa B: Errada, pois inclui escritórios.
Alternativa C: cuidado com essa pegadinha! a prisão em flagrante pode ser feita sem mandado e em qualquer horário. Ela se inclui no flagrante delito.
Alternativa D: Por mandado judicial, só poderá ocorrer durante o dia.
Alternativa A: CORRETA: O conceito de casa inclui quarto de hotel

ATÉ A PRÓXIMA DICA GALERA!

10 QUESTÕES DIÁRIAS COMENTADAS - ESCREVENTE TÉCNICO DO JUDICIÁRIO

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA (gabarito nos comentários)

1 – ( Ano 2015 – VUNESP – Escrevente Técnico do Judiciário)
O caput do art. 293 do CP tipifica a falsificação de papéis públicos, especial e expressamente no que concerne às seguintes ações:

  a) produção e confecção
  b) contrafação e conspurcação
  c) fabricação e alteração.
  d) adulteração e corrupção
  e) corrupção e produção.

Comentário
Caput: designa a parte inicial, o cabeçalho do artigo.
Art. 293: Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
Fabricar: criar um documento imitando outro
Alterar: modificar o original
Logo, Alternativa C é a correta

2 – (Ano: 2015 – VUNESP – Escrevente Técnico do Judiciário)
O crime de falsidade ideológica (CP, art. 299) tem pena aumentada de sexta parte se
  a) cometido por motivo egoístico.
  b) a vítima sofre vultoso prejuízo.
  c) o agente aufere lucro.
  d) o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-­se do cargo.
  e) cometido com o fim de produzir prova em pro­cesso penal.

Comentário
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:

        Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
        Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.

Temos duas causas de aumento de pena da sexta parte:

a) Se o agente é funcionário público e comete o crime prevalecendo-se do cargo
b) Se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil
Assentamento de registro civil: nascimento, casamento, óbito, emancipação, interdição, etc. Neste caso, o legislador compreendeu ser mais grave a conduta.
Logo, alternativa correta letra D.

3 - Ano: 2013 – VUNESP – Escrevente Técnico do Judiciário)
Recentemente um novo delito que lesa a fé pública foi incluído no Código Penal. Assinale a alternativa que traz o nomen iuris desse crime.
  a) Emprego irregular de verbas ou rendas públicas.
  b) Fraudes em certame de interesse público.
  c) Falsa identidade.
  d) Inserção de dados falsos em sistemas de informações.
  e) Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações.

Comentário
Fraudes em certames de interesse público   (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
Art. 311-A.  Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:    (Incluído pela Lei 12.550. de 2011)
O restante dos crimes foi incluído pela lei 9.983 de 2000.
Portanto, alternativa B é a Correta.


4 – (Ano: 2013 – VUNESP – Escrevente Técnico do Judiciário)
Os crimes de falsificação de documento público e de prevaricação têm em comum:
  a) apresentarem mais de uma conduta prevista no tipo.
  b) admitirem a punição também na modalidade culposa.
  c) ambos serem punidos com penas de detenção e multa.
  d) a qualificadora, tratando-se de crime praticado para satisfazer interesse pessoal.
  e) o fato de somente poderem ser praticados por funcionário público.

Comentário
Alternativa A: O crime de prevaricação está previsto no art. 319 do Código Penal e realmente apresenta mais de uma conduta (três condutas): “Retardar” ou “deixar de praticar” ou “praticá-lo contra disposição expressa de lei”. Por sua vez, o crime de falsificação de documento público também prevê mais de uma conduta: “ falsificar, no todo ou em parte” ou “alterar documento público verdadeiro”.
Alternativa B: Pelo contrário, ambos os crimes não admitem a modalidade culposa, posto que não há previsão para tanto, nos termos do art. 18 do Código Penal.
Alternativa C: A pena do crime de falsificação de documento público previsto no art. 297 do CP é de reclusão de dois a seis anos mais multa. Já o crime de prevaricação, previsto no art. 319 do CP é de detenção de 3 meses a um ano e multa.
Alternativa D: a expressão “para satisfazer interesse pessoal” só se refere ao crime de prevaricação, ou seja, não tem essa previsão para o crime de falsificação de documento público. Ademais, tal expressão não é qualificadora e sim o elemento subjetivo do tipo penal.
Alternativa E: O crime de falsificação de documento público é crime comum, ou seja, pode ser praticado por qualquer pessoa, funcionário público ou não. Já o crime de prevaricação é crime próprio, pois só pode ser praticado por funcionário público.
Logo, alternativa A é a correta.

5 – (Ano: 2012 – VUNESP – Escrevente Técnico do Judiciário)
O crime de “petrechos de falsificação” (CP, art. 294), por expressa disposição do art. 295 do CP, tem a pena aumen­tada de sexta parte se o agente

  a) é funcionário público.
  b) é funcionário público, e comete o crime, prevalecen­do-­se do cargo.
  c) tem intuito de lucro.
  d) confecciona documento falso hábil a enganar o ho­mem médio.
  e) causa, com sua ação, prejuízo ao erário público.

Comentário
Petrechos de falsificação
        Art. 294 - Fabricar, adquirir, fornecer, possuir ou guardar objeto especialmente destinado à falsificação de qualquer dos papéis referidos no artigo anterior:
        Pena - reclusão, de um a três anos, e multa.
        Art. 295 - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
Não basta ser funcionário público, tem que ser funcionário público E cometer o crime prevalecendo-se do cargo.
Portanto, alternativa b é a correta.

6 – (Ano: 2012 – VUNESP – Escrevente Técnico do Judiciário)
O crime de falsificação de documento público, do art. 297 do CP,
I. configura-­se apenas se a falsificação é total, ou seja, a mera alteração de documento público verdadeiro não constitui crime;
II. também se configura se o documento trata-se de testamento particular
III. também se configura se o documento trata-se de livro mercantil.
É correto, apenas, o que se afirma em

  a) III.
  b) II e III.
  c) II.
  d) I e II.
  e) I.

Comentário
Afirmativa I está errada: Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro.
Afirmativa II e III estão corretas: Art. 297,§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
l. Emanado de entidade paraestatal: autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações instituídas pelo Poder Público.
2. Título ao portador ou transmissível por endosso: cheque, notas promissórias, etc.
3. Ações das sociedades mercantis: sociedades anônimas ou em comandita por ações.
4. Livros mercantis: são os livros utilizados pelos comerciantes para registros dos atos de comércio. Ex: livro diário.
5. Testamento particular: escrito pessoalmente pelo testador.
Logo, alternativa B é a correta.

7 – (Ano: 2011 – VUNESP – Escrevente Técnico do Judiciário)
O crime de falsidade ideológica, presentes os demais elementos legais, apenas se configura se
I. o documento é público, não havendo crime se o documento é particular;
II. ocorre a inserção de declaração falsa, não havendo crime se ocorre a omissão de declaração verdadeira relevante;
III. o agente é funcionário público, não havendo crime se a conduta é praticada por particular.
Assinale a alternativa que classifica corretamente, como verdadeiros (V) ou falsos (F), os itens que completam a proposição, de acordo com o art. 299 do CP.

  a) I - F; II - F; III - F.
  b) I - V; II - F; III - F.
  c) I - V; II - V; III - F.
  d) I-F; II-V; III-V.
  e) I-V; II-V; III-V.

Comentário
Afirmativa I está errada: Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Afirmativa II está errada: O crime de falsidade ideológica previsto no art. 299 do CP se configura quando o agente omite declaração que devia constar ou insere ou faz inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita.
Afirmativa III está errada: o crime pode ser praticado por particular e também por funcionário público.
Portanto, alternativa A é a correta.

8 - Ano: 2011 – VUNESP – Escrevente Técnico do Judiciário)
Nos termos do quanto determina o art. 293 do Código Penal, aquele que recebe de boa-fé selo destinado a controle tributário, descobre que se trata de papel falso e o restitui à circulação
I. comete crime de falsidade ideológica;
II. recebe a mesma pena daquele que falsificou o selo;
III. comete crime contra a fé pública.
Completa adequadamente a proposição o que se afirma em
  a) I, apenas.
  b) II, apenas.
  c) III, apenas.
  d) II e III, apenas.
  e) I, II e III.

Comentário
Falsificação de papéis públicos
Art. 293 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:

I – selo destinado a controle tributário, papel selado ou qualquer papel de emissão legal destinado à arrecadação de tributo; (Redação dada pela Lei nº 11.035, de 2004)
(...)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
(...)
§ 4º - Quem usa ou restitui à circulação, embora recibo de boa-fé, qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem este artigo e o seu § 2º, depois de conhecer a falsidade ou alteração, incorre na pena de detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.
Afirmativa I está errada: o crime praticado é o de falsificação de papéis públicos.
Afirmativa II está errada: quem falsifica selo recebe a pena de reclusão. Já quem restitui à circulação, embora recebido de boa fé, recebe a pena de detenção.
Afirmativa III está correta: o crime de falsificação de papéis públicos está previsto no Título X: Dos Crimes Contra a Fé Pública.
Portanto, alternativa C é a correta.

9 - Ano: 2011 – VUNESP – Escrevente Técnico do Judiciário)
O médico que, no exercício de sua profissão, dá atestado falso comete crime de
  a) falsidade de atestado médico (CP, art. 302).
  b) falsificação de documento público (CP, art. 297).
  c) falsificação de documento particular (CP, art. 298).
  d) certidão ou atestado ideologicamente falso (CP, art. 301).
  e) falsidade material de atestado ou certidão (CP, art. 301, §1.º)

Comentário
Falsidade de atestado médico
        Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
        Pena - detenção, de um mês a um ano.
        Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa.

Logo, alternativa correta é a letra A.

10 - Ano: 2010 – VUNESP – Escrevente Técnico do Judiciário)
Assinale a alternativa correta com relação ao tratamento que o Código Penal dá à falsificação do título ao portador ou transmissível por endosso e do testamento particular.
  a) São, ambos, equiparados a documentos públicos.
  b) São, ambos, equiparados a documentos particulares.
  c) Apenas o primeiro é equiparado a documento público.
  d) O segundo é equiparado a documento particular.
  e) O primeiro é equiparado a documento particular; o segundo é equiparado a documento público.

Comentário
Falsificação de documento público
  Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
  Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
  § 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
  § 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

Portanto, alternativa A é a correta. Atenção! Esse parágrafo 2º do art. 297 tem que ser decorado, pois tem uma incidência muito grande nas provas. Fique atento.

DECISÃO DO STF ACERCA DO ABORTO

ATENÇÃO PARA A DECISÃO DO STF ACERCA DO ABORTO!


http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI249773,71043-STF+decide+que+aborto+no+1+trimestre+nao+e+crime

1º Turma do STF decide que aborto no primeiro trimestre não é crime!

terça-feira, 29 de novembro de 2016

10 QUESTÕES DIÁRIAS COMENTADAS - ESCREVENTE TÉCNICO DO PODER JUDICIÁRIO

Fui nomeado Escrevente no dia 05/08/2013 e minha preparação foi basicamente ler a lei seca e responder muitas centenas de questões e não só uma vez, fazia e refazia. Por isso, treine (gabarito nos comentários).

1 – (Ano: 2015 – VUNESP – TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário)

O peculato culposo

  a) é fato atípico, pois não está expressamente previsto no CP.
  b) tem a ilicitude excluída se o agente repara o dano a qualquer tempo
  c) tem a punibilidade extinta se o agente repara o dano antes da sentença irrecorrível.
  d) é punido com detenção, de dois a doze anos, e multa.
  e) é punido com a mesma pena do peculato doloso.

Comentário

Alternativa A. Errada. O peculato culposo tem previsão expressa no Código Penal: Art. 312, § 2º: Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem.
Alternativa B. Errada. Primeiro erro é que não se exclui a ilicitude e sim a sua punibilidade. Segundo erro é que não é a qualquer tempo, conforme §3º do art. 312: § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Alternativa C. Correta. Está de acordo com o art. 312, § 3º: No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
Alternativa D. Errada. A pena do peculato culposo é detenção de três meses a um ano, conforme art. 312, § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:    Pena - detenção, de três meses a um ano.
Alternativa E. Errada. O peculato culposo tem a pena mais branda (menor) do que o peculato doloso. O dolo é mais grave do que a culpa, por isso recebe pena maior.
Peculato doloso: reclusão de dois a doze anos e multa
Peculato culposo: detenção de três meses a um ano
Logo, alternativa C é a correta.




2 – (Ano: 2015 – VUNESP – TJ/SP - Escrevente Técnico Judiciário)

O funcionário público que tem conhecimento de infração cometida no exercício do cargo por subordinado e que, por indulgência, não promove sua responsabilização e também não comunica o fato ao superior competente para tanto pratica

  a) corrupção ativa (CP, art. 333).
  b) corrupção passiva (CP, art. 317)
  c) fato atípico, pois não está descrito expressa­mente como crime no CP.
  d) condescendência criminosa (CP, art. 320)
  e) prevaricação (CP, art. 319).

Comentário

O funcionário público cometeu o crime de Condescendência Criminosa previsto no art. 320 do Código Penal: Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração no exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento da autoridade competente: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou multa.
Significado de indulgência: disposição para perdoar culpas ou erros; clemência; misericórdia.
Portanto, alternativa D é a resposta.

3 – (Ano: 2014 – VUNESP -  TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário)

Com relação aos crimes contra a Administração Pública, assinale a alternativa correta.

  a) Pratica corrupção passiva o funcionário público que solicita ou recebe vantagem indevida, para si ou para outrem, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela.
  b) Pratica concussão o funcionário público que se apropria de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo.
  c) No peculato culposo, a reparação do dano, em qualquer momento do processo e até a sentença recorrível, reduz em um terço a pena imposta.
  d) Pratica concussão o funcionário público que exigir, para si ou para outrem, vantagem devida, ainda que fora da função ou antes de assumi-la.
  e) Configura-se excesso de exação a exigência de verbas pelo funcionário público que sabe ou deveria saber indevidas.

Comentário

Alternativa A. Correta. Está em conformidade com o art. 317 do CP: Corrupção passiva : Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.
Alternativa B. Errada. Não é Concussão e sim Peculato previsto no art. 312 do CP: Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio:
Alternativa C. Errada. No peculato culposo o momento em que se repara o dano é de suma importância: se o dano foi reparado ANTES da sentença IRRECORRÍVEL, extingue a punibilidade. Entretanto, se o dano for reparado DEPOIS, REDUZ a pena pela METADE.
ANTES: extingue a punibilidade
DEPOIS: reduz pela metade
Alternativa D. Errada. Cuidado com essa pegadinha! O funcionário público tem que exigir uma VANTAGEM INDEVIDA, INDEVIDA, INDEVIDA e não devida como está na questão.
Concussão: Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
Alternativa E. Errada. O crime de Excesso de Exação se configura quando o funcionário exige TRIBUTO OU CONTRIBUIÇÃO SOCIAL que sabe ou deveria saber indevido:
Art. 316, § 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: - reclusão, de 3 a 8  anos, e multa.
Logo, alternativa A é a correta.

4 – (Ano: 2014 – VUNESP - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário)

Assinale a alternativa correta em relação a funcionário público de acordo com o Código Penal.

  a) A pena será aumentada pela metade se o agente for ocupante de cargo em comissão ou função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
  b) Considera-se funcionário público quem, embora transitoriamente, exerce cargo, emprego ou função pública.
  c) Consideram-se funcionários públicos: vereadores, peritos judiciais, serventuários da justiça, defensor dativo e o auditor da Receita Federal.
  d) Considera-se funcionário público, para efeitos penais, quem, embora transitoriamente e sempre com remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
  e) Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Privada.

Comentário

Alternativa A. Errada. A pena será aumentada da TERÇA PARTE: Art. 327,§ 2º - A pena será aumentada da terça parte quando os autores dos crimes previstos neste Capítulo forem ocupantes de cargos em comissão ou de função de direção ou assessoramento de órgão da administração direta, sociedade de economia mista, empresa pública ou fundação instituída pelo poder público.
Alternativa B. Correta. Está em consonância com o art. 327 do CP: Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Alternativa C. Errada. Aqueles que exercem apenas um múnus público (encargo imposto pela lei ou nomeado pelo juiz para defesa de interesse particular ou social) não são considerados funcionários públicos para fins penais. Ex: defensor dativo, tutores, curadores, inventariantes.
Alternativa D. Errada. Para ser funcionário público para fins penais não precisa receber remuneração. Exemplo: mesário de eleição. Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
Alternativa E. Errada. O erro está na última palavra: não é Administração Privada e sim PÚBLICA: Art. 327, § 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública. 
Portanto, alternativa A é a reposta.


5 - (Ano: 2014 – VUNESP - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário)

Em relação ao crime de peculato, assinale a alternativa correta.

  a) Apropriar-se de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel de que tenha a posse em razão do cargo.
  b) Exigir o funcionário público tributos que sabe inexigíveis à espécie.
  c) Retardar o funcionário a prática de ato de ofício, por influência de outrem.
  d) Solicitar, fora da função, vantagem indevida à espécie.
  e) Patrocinar o funcionário, indiretamente, interesse privado perante a Administração, valendo-se dessa qualidade.

Comentário
Funcionário público comete o crime de Peculato quando ele se APROPRIA de dinheiro, valor, ou qualquer outro bem móvel de que tenha a posse EM RAZÃO DO CARGO:   Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.
Logo, alternativa A é a resposta.

6 – (Ano: 2013 – VUNESP- TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário)

Em relação ao crime de peculato, é correto afirmar:

  a) a modalidade culposa é admitida por expressa previsão legal.
  b) a reparação do dano, no peculato culposo, se feita após a sentença irrecorrível, extingue a punibilidade.
  c) a reparação do dano, no peculato culposo, se feita antes da sentença irrecorrível, reduz a pena.
  d) em recente alteração, as penas foram elevadas para reclusão de quatro a doze anos e multa.
  e) trata-se de um delito que pode ser praticado por qualquer pessoa.

Comentário

Alternativa A. Correta. O crime de peculato, previsto no caput do artigo 312 do código penal, admite expressamente a modalidade culposa nos parágrafos 2º e 3º do mencionado dispositivo legal:  Peculato culposo:
        § 2º - Se o funcionário concorre culposamente para o crime de outrem:
Alternativa B. Errada. Se a reparação do dano for feita posteriormente à sentença irrecorrível, REDUZ A PENA DA METADE:
Art. 312, § 3º - No caso do parágrafo anterior, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.
ATENÇÃO: a reparação do dano somente se aplica ao peculato culposo e não ao doloso.
Alternativa C. Errada. Se a reparação for feita ANTES da sentença irrecorrível, EXTINGUE A PUNIBILIDADE.
Alternativa D. Errada. Peculato doloso: reclusão de dois a doze anos e multa. Peculato culposo: detenção de três meses a um ano.
Alternativa E. Errada. O crime de peculato é crime próprio, ou seja, não pode ser praticado por qualquer pessoa. Tem que ter a qualidade de funcionário público para praticar o referido crime.
Logo, alternativa A é a resposta.

7 – (Ano: 2012 – VUNESP - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário)

A conduta do funcionário público que, antes de assumir a função, mas em razão dela, exige para outrem, indireta­mente, vantagem indevida

  a) configura crime de corrupção passiva
  b) não configura crime algum, pois o fato ocorre antes de assumir a função.
  c) configura crime de corrupção ativa.
  d) configura crime de concussão.
  e) não configura crime algum, pois a exigência é indireta e para outrem.

Comentário

O funcionário público que EXIGE vantagem indevida comete o crime de Concussão previsto no art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida:
Portanto, alternativa D é a resposta.

8 – (Ano: 2011 – VUNESP - TJM-SP - Escrevente Técnico Judiciário)

No crime de concussão (CP, art. 316), o agente.................. para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.

Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna do texto.

  a) aufere
  b) exige
  c) recebe
  d) sugere
  e) solicita

Comentário

No crime de concussão, o agente EXIGE vantagem indevida:  Art. 316 - Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.
Portanto, alternativa B é a resposta.

9 – (Ano: 2011 – VUNESP - TJ-SP -  Escrevente Técnico Judiciário)

A pena do crime de corrupção passiva é aumentada se o funcionário público, em consequência da vantagem ou promessa, infringe dever funcional
I. retardando ou deixando de praticar qualquer ato de ofício;
II. praticando qualquer ato de ofício;
III. de forma intencional ou premeditada.
É correto o que se afirma em
  a) I, apenas.
  b) II, apenas.
  c) III, apenas.
  d) I e II, apenas.
  e) I, II e III.

Comentário

A questão é respondida com a simples leitura do art. 317 do CP:
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem:
 § 2º - Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de ofício, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem:
Portanto, afirmativas I e II estão corretas.
Em relação a afirmativa III, não está prevista na lei, ou seja, está equivocada.
Portanto, alternativa D é a resposta.

10 – (Ano: 2010 – VUNESP - TJ-SP - Escrevente Técnico Judiciário)
Imagine que, por erro, um cidadão entrega a um funcionário público determinada quantia em dinheiro. O funcionário, ciente de tal circunstância, não devolve o dinheiro ao cidadão, não informa o ocorrido aos seus superiores e, finalmente, apropria-se do dinheiro.

Diante disso, é correto afirmar que o funcionário

  a) não comete crime, mas apenas uma infração funcional.
  b) comete crime de peculato mediante erro de outrem.
  c) comete crime de corrupção passiva.
  d) comete crime de excesso de exação.
  e) comete crime de prevaricação.

Comentário

O funcionário público cometeu o crime de Peculato Mediante Erro de Outrem previsto no art. 313 - Apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem.

Logo, alternativa B é a correta.